sábado, 16 de março de 2013

4º DOMÍNIO ORIENTAL


Mostra de danças apresentada no TAC, Teatro álvaro de Carvalho, em três sessões: Tribal, Dança do Ventre / Folclore Árabe e outra de dança cigana. Além das bailarinas do Grupo Domínio, também tivemos bailarinas convidadas como Paula Castro do tribal, e Clara Süssekind da Capadócia. Foi emocionante!!!


TRIBAL
 
Mulher Fênix renasce a cada nova batalha com a força de leão num corpo de sereia.
Como pedra, flor e areia,
Molda-se  ao vento.
Amadurece no tempo.
É Magia, mistério, coração.
Deusa de si mesma...
Forte, segura, que dança o desafio, com sangue fervendo.
Dança com total convicção, sem se importar com as aparências,
Dançam todas suas partes, fluindo como um todo.
Símbolo do poder personifica-se, mostra-se e  torna-se bailarina.
 

DANÇA DO VENTRE E FOLCLORE ÁRABE

Mulher que se torna especial ao movimentar o corpo ao som da intuição, ao som da alma.
Mulher que dança a escuridão e a luz, o consciente e o inconsciente, o sábio e o insano, dança na sua autenticidade.
Traduzindo na batida constante da música o som de seu coração.
Dança a transformação, a mulher, a deusa, a sabedoria, a delicadeza, a beleza, a fragilidade, o feminino...
Dança seu caminho.
Dança para renovar, para nascer outra vez, pra se render e se entregar,
Abraça o mundo com as mãos.
Mulher Símbolo do feminino torna-se o véu, a música... Torna-se bailarina...
 
 
DANÇA CIGANA
 
 
 
Mulher segura, forte, mística...
Mulher que Dança para atingir o êxtase do fluido energético, levando- a de encontro com a verdadeira essência.
Que dança a energia universal, e movimenta-se para ativar o caminho da totalidade.
Que vai fundo na sua criatividade,
Que dança o conhecimento, a criação, a oportunidade, levando a lugares que teme, que ama, que deseja.
Mulher que dança com alegria, com amor, com paixão, e vivacidade.
Símbolo da determinação e beleza...
Mulher  que dança o misticismo no rodar de sua saia...
Torna-se mulher, cigana e  bailarina.

Minha Alma Cigana (Márcia Konder)

Márcia Konder é Bailarina integrante do Grupo Domínio, na inspiração depois  de uma aula de dança cigana fez esta poesia:

MINHA ALMA CIGANA
BAILA
EM CORPO DE MULHER
RODOPIA
COM GRAÇA
E PÉS LEVES
EM MEIO A TANTOS PANOS
E MÃOS, BRAÇOS
QUE SE ERGUEM
VOLUTEIAM
E CHEGAM AO CORAÇÃO.
 


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

III DOMÍNIO CIGANO

Mostra realizada no TAC, em Florianópolis, em agosto de 2012, que com prazer pude interpretar o protocolo, textos tirados da internet, outros de Fernanda Furini e ainda outros da minha alma. A felicidade em poder oportunizar um evento mágico como este é inexplicável... com grande amor repasso a todos que queiram compartilhar. Att.: Silvia Bragagnolo
 
.
Vejo o futuro se manifestar de forma prevista. Quem quer saber a sorte??? Quer saber a sua sorte??? Eis o futuro determinado, eis o presente determinante!!! Vejo em várias mãos, verdadeiras linhas de futuros indistintos... e as mãos mostram-se como verdadeiros espelhos refletindo a imagem clara de um futuro igual ao presente, apenas mais envelhecido. O futuro aguarda com suas cores e firmemente vai amassando o neutro do passado. Por todos os lados abdomens com roupas coloridas circulam pintando as tristes Cidades. Vão salpicando o mundo branco com as cores de suas almas floridas, abrindo caminhos ao som de seus colares. Faça seu futuro agora... As roupas e as cores são as de festa... vistam-nas!
                                               
Traga pra sua vida a cor do fogo, viva intensamente, fique atento nas fagulhas da alma, acenda a luz interna, vibre em todos os momentos. A dança é a magia trazendo o mistério através dos passos e movimentos que saúdam, invocam e fazem fluir a mais bela e elevada vibração energética de êxtase!... O ritmo, movimento e beleza, dançam como fogo em brasa, em calor de intenso amor e revelação!
                                                                                        
 

Não perca a fé quando a vida lhe PRESENTEAR com uma derrota. Melhor a derrota sentida do que a vitória sem méritos. Transforme cada perda, na experiência necessária para compreender que perdemos porque merecemos. Sustente a fé que abrasa seu peito... jogue lenha em sua fogueira interna... alimente o fogo que te faz continuar abrindo o leque firmemente, e que te coloca de pé após cada queda.
                                                                      
 

Ahhh...que feliz um coração que sente!!! um coração que ama..um amor que incendeia, que entorpece, entristece, e fortalece! Amem, amem mais, façam juras para a lua.... Vão por estas cordilheiras... fujam... vão e vistam suas roupas e a coragem. Andem o espaço todo desta terra até transfigurarem em astros. Ahhh... e não esqueçam de levar seus corações perfeitos.
Morte... não és o último ato!!!! És apenas a breve sombra de um sol imorredouro!!!! O sol renova a esperança quando a fogueira cessa. A morte que não passa de aparência não poderá jamais ser morte. Esta saudade tão sentida, este silêncio que se torna caos, este fogo que nos incendeia a garganta... as lágrimas que caem... os sorrisos que lembram... vive em nossos corações. Dançaremos para ti MIRIAM!!! Nossas cores Cobrirão o luto, e nossas palmas calarão o silêncio que devasta o riso.
 
 
Faça de sua vida uma emocianante tourada execite o amor e cure—se. Faça da vida uma tourada sem morte, sem dor, sem sofrimento, e sem a maldade humana, supere o amargo da vida com risos e determinação. Dance!! Pois isto dará a você a sensação de liberdade de que o coração pede! Lance seus braços para o alto, e, assim, as algemas duras e frias da dor serão partidas... Dance como os ciganos, traga vida ao seu coração.
 
 
Que nossa dança tenha tocado vosso coração amado em tom de oração. Que nossos movimentos tenham esculpido em sua alma o respeito pela alegria pura. Mostre suas cores pela Cidade... povoe o mundo de rosas... sorria quando as lagrimas o cumprimentarem. Mostre que o cigano livre e soberano de vossa alma não se prende às amarras cinzas de uma vida sem motivos. Permitam-se ser alegres ...permitam-se sentir com a intensidade que é peculiar em quem não teme descaminhos. Vivam, dancem, Mostrem-se...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Domínio Cigano II - 2011

O Texto Fantástico de Fernanda Furini, para acesso de todos ao seu enorme talento. Palavras interpretadas por Nina Medeiros, estudante de Artes Cênicas, integrante como bailarina do Grupo Domínio.


Agradecimento de todo Grupo pelo talento de duas amigas (Fernanda e Nina), unido ao esforço e encantamento do bailado Domínio.

SOU CIGANA... E GRITO! E se grito é para que meu grito, seja a revelação deste infinito, que eu trago encarcerado em minha alma!
Veja... As estrelas apontam-me o caminho do futuro imprevisto que aguarda a minha ida. Não tenho medo da vida... Sigo sem contar os passos!
Na vastidão das léguas que se perdem, vou pintando o mundo com as cores da minha alma, e abrindo caminhos com o tilintar dos meus colares!


Ofereço nestas flores, parte de meu povo, para que sintam o aroma único daquilo que nem o vento leva!



A liberdade que decora as nossas almas com flores, não será jamais vencida pelo aço do ódio ou pela frieza da tirania.
Somos a dança do fogo em tempos de guerra, mas jamais a lança que mata ou a tocha que incendeia.
O fogo sentimental, quando se acomoda na alma, ali fica, como uma dor sob anestesia, presa em um guiar dorido... Mas nossas armas continuam postas... São as cores que ofuscam, e o pulsar em busca de paz.
Nossos sapatos pisam firmes na cara do mundo, e dançam, pulam, dilaceram as revoltas... Não perdem o rumo, mesmo encontrando descaminhos, onde sempiternamente a liberdade persegue.


Todo ardor cabe sim, na breve arca de um peito cigano.
O ar sereno que equilibra a minha alma ecoa com desassombro a firmeza do meu leque.
Meu equilíbrio posto na palma de minhas mãos e cabe a mim decidir com quem perdê-lo.
O vento que chega impulsivo e balança meus cabelos, alimenta o meu fogo íntimo... Então tomo meu leque, como o soldado a sua espada, e preparo-me, a meia luz, para expor-me, na mais alta expressão da natureza em movimento, com meu próprio corpo.
Danço e mostro-me, com a firmeza de meu coração, que pulsa ao som do meu leque.



AMO...e este amor inflama. Juraria pela lua, se a mesma não fosse tão inconstante, a ponto de mudar o seu contorno com os meses.
Vens do secreto e me tomas, e eu, nas dormências nervosas do sombrio, desperto. Desperto sentindo o aroma da tua alma, que traz o enflorescer das vinhas.
Este é o momento para entrar sereno e majestoso em um mundo estranho de esplendor. Ei-lo do amor o cálice sacrossanto, bebe-o feliz... Em tuas mãos entrego.
Abra o coração à mim e fique muda(o).
FUJAMOS!! Vamos por estas cordilheiras... Põe teu vestido e coragem, e vem comigo.
Dentre as águias e as chamas feiticeiras. Rasgaremos florestas, andaremos o espaço todo desta terra, e transfiguraremos em astros.
Ahhh... E não se esqueça de trazer seu coração perfeito...!

Creio com envergonhada certeza, que todas as músicas da alma cantadas por meu povo, já estavam prontas poeticamente em mim!!! Creio com orgulhosa certeza, que a dança dos meus antepassados, já bailava aflitiva e eufórica sobre a minha alma que estava ainda por eclodir cigana!
Carrego no coração a saudade feliz de quem fui através dos que já partiram. Orgulho-me das cores do meu povo, das músicas do meu povo, do olhar do meu povo, que mostra através de um impulso de oculta mão, as certezas de uma vida plena, e vivida com uma feliz e encantadora incerteza!
Orgulho-me da alma poética coletiva, que traduz em cada verso, os sentimentos de um povo inteiro.

Morte... Antagonismo medonho!!! O fim da orgânica batalha, e o renascer do sol interno imorredouro!
Morte... Não és o último ato!!! Mereces uma breve despedida e talvez um apito de partida!
A sensação que nos toma é aquela do último olhar, é aquela do som do galope que se perde na imensidão... E cessa!
Nosso coração se parte na queda, como a réplica barata de um vaso caro. Esta saudade sentida e sem sentido... Este silêncio que se torna caos, este fogo que nos abrasa...
Nossa força reluta, mas continua força, portanto, dançaremos para ti... Grande incógnita que desola! Nossas cores cobrirão o luto, e nossos sapatos calarão o silêncio que devasta o riso!

A vida... Observo-a, sinto-a, percebo seus pormenores, constato os seus “por enquanto” que por vezes são meros segundos, mas de eterna significação.
Como quem deita ao colo de alguém, e ouve a meiga prece de um coração que está de luto, eu pego o meu punhal... Sinto a sua energia incompreendida, e compreendo-a... Ouço a sua prece, e é a prece de uma energia inerte, implorando um emprego para a sua existência tão dependente, tão sujeita a vontade humana...
Respeito a vida, e tudo o que pode feri-la... Respeito o coração forte, que ousa ser uma partícula positiva em meio a imensidão... Que se contenta em usar a energia alheia corajosamente para a alegria.

Meus passos carregam a força mística de um devotamento desprovido de dogmas racionais.
Danço por que conheço a beleza oculta do dançar. Sorrio largamente, porque respeito o tempo... Considero o hoje, o dia mais feliz.
Alegro-me com as minúcias da vida percebida... A aurora que chega timidamente, e que aos poucos devasta a escuridão, na mesma intensidade da minha dança cigana, que inicia sedutoramente contendo o fogo que me abrasa no final.
Danço... Liberto-me... Liberto-me... Liberto-me...

domingo, 24 de julho de 2011

Sou Cigana - Domínio Cigano 2010


Aqui está o texto escrito por "FERNANDA FURINI", este foi parte da mostra de dança cigana 2010 apresentada na UBRO em Florianópolis em junho de 2010.
Quero apenas mostrar ao mundo o talento de nossa amiga Fernanda Furini, e agradecê-la pela riqueza de suas palavras e ajuda por acrescentar a beleza da poesia em nossos movimentos. Suas palavras foram interpretadas por Ana Paula, que hoje está brilhando nos palcos de São Paulo.


DOMÍNIO CIGANO
Escrito por Fernanda Furini


Debaixo de minhas cores, pulsa a cor mais vibrante...aquela que nem o sol ofusca! Sou cigana, a força viva em tempos de guerra, cuja arma é minha coragem e as palavras em busca de glória! Minha força anterior ensinou-me tudo que agora intuo. Vejam, nossa ancestral batalha continua. Por todos os lados abdomens com roupas coloridas procuram o mérito nas grandes metrópoles.
SOU CIGANAAAAA, e se grito, é para que meu grito seja a revelação deste infinito que eu trago encarcerado em minha alma.

O amor é como a torre que desponta na neblina...e que volta a ficar só, assim que essa se dissipa ... neblina não tem parada! Os amores são levados ao som do vento ansioso de partida... à vista do último e significativo olhar. Simples complexo compacto de momentos vividos, grandiosos, eternos em cada segundo. Os olhos marejados que recordam, mostram sabiamente quem verdadeiramente existiu.



Cigana... se atente para que seu coração não se parta na queda como a réplica barata de um raríssimo vaso.
Aquilo que é do mundo, livre como o ar, não poderá jamais ser enclausurado na breve arca de um peito humano por mais de alguns segundos.
Mantenha no coração o amor, assim como mantém nos pulmões o ar... absorva o necessário, mas deixe-o livre para voltar ao mundo...pois livre ele sempre será.
A cada um cabe juntar seus cacos, e transforma-los na obra mais pura de garra, pois são só seus!
A coragem abrirá as trilhas, que outrora por amor, foram ignoradas.
O sol renova a esperança quando a fogueira cessa.
Ir rumo indo, cantando as músicas que se perdem nos vôos do possível.
Na dança, os sapatos pisam os trajes negros que outrora a alma vestiu... deixe-os no chão!! As roupas agora são as de festa...vistimo-as!



Nas mãos, vejo o fim de um rumo, despencando em um precipício de lágrimas. Vejo com a nitidez de um punhal polido, a dor emaranhada na alma escorrendo pelo rosto.
Intuo o desfecho de uma sina evidente, marcada pelo término daquilo que não acaba.
O poder do amor que se manifestará de uma forma imprevista, ilegível...
Vejo a morte, em trajes pretos levantando-se contra as cores tão amadas... Mas no fim, levará apenas aquilo que o coração por si matar.
Eis que como uma fênix, das cinzas ressurge o amor amado! A morte, que não passa de aparência, não poderá jamais ser morte!

Veja... o futuro aguarda com suas cores, amassando o cinza do passado.
A vida, que ainda é vida, continua a pulsar no frenesi vibrante de um relógio quebrado. Ainda há tempo... muito tempo! É buscando o caminho certo que erraticamente encontraremos o descaminho mais feliz.
O porvir trará o florescer das vinhas, aplacará a síntese quente do fogo interno... ele ainda é a melhor de todas as certezas.